O episódio que envolveu os vereadores Rudys Rodrigues (MDB), Tony Oliveira (PSL), Pablo Pacheco e Roberta Leitão, ambos do PP, que foram à Unidade de Pronto Atendimento 24h (UPA) fiscalizar o trabalho dos profissionais de saúde e as condições do local no último domingo, segue dando o que falar no plenário da Câmara e nas redes sociais nesta semana.
LENTENDA O CASO
Depois de receber queixas sobre irregularidades, no domingo, os quatro vereadores foram avaliar a situação da unidade, fazendo vídeos e lives. A visita - que segundo eles não foi combinada - culminou com os parlamentares chamando a Brigada Militar (BM) e, posteriormente, com a direção da UPA registrando um boletim de ocorrência contra os parlamentares. Os vereadores acionaram o Ministério Público (MP), que recebeu a demanda na terça. Ontem, o promotor Joel Dutra informou ao Diário que o MP ainda aguarda mais informações sobre as circunstâncias do fato. Terça pela manhã, o Diário publicou no site uma nota enviada pela prefeitura, com explicações sobre cada uma das queixas dos vereadores. À noite, na sessão plenária da terça na Câmara, o vereador Werner Rempel (PCdoB), que é médico, esquentou o debate ao criticar a conduta dos colegas do Legislativo, levando isso também para as redes sociais.
Na coluna de quarta, o Diário mostrou um trecho da nota assinada pela Irmã Acélia Schwengber, presidente da Associação Franciscana de Assistência a Saúde (Sefas) - que administra a UPA - cujo texto repudiava a conduta dos vereadores e reforçava o comprometimento dos profissionais da unidade, com a comunidade. A coluna então conversou com os quatro parlamentares envolvidos, sobre a repercussão do caso e as críticas recebidas. Leia, abaixo, o posicionamento dos vereadores.
A VOZ DOS PARLAMENTARES
- Roberta Leitão (PP) - Se quatro vereadores recebem as mesmas reclamações e pedidos de ajuda no mesmo dia, não podemos ignorar. A nossa intenção nunca foi criar desconforto, não destratamos ninguém, não levantamos a voz, estávamos lá pelos pacientes e funcionários que denunciaram. Eu me chateio em ver colegas criticando nossa ação, ao invés de verificar a real situação que a unidade se encontra. Nós (vereadores) não deveríamos ser o foco disso, mas sim a dignidade das pessoas que precisam de atendimento ou boas condições de trabalho
- Tony Oliveira (PSL) - Todos nós fomos chamados e levados ao local sem nos planejarmos porque havia uma necessidade real. Não houve equívoco algum da nossa parte, tudo o que fizemos foi solicitar as escalas de trabalho, o que nos foi negada. Temos o direito e o dever de ir até qualquer local público e fiscalizar as atividades ali realizadas sem aviso prévio. Não gostaram da nossa ação porque garantem que nos enviariam as informações que solicitássemos, mas, na prática, é necessária a visita. Acima de tudo pelo grande número de queixas que recebemos.
- Rudys Rodrigues (MDB) - Não fomos até a unidade para tumultuar ou cobrar algo dos médicos e enfermeiros. Bem pelo contrário, estávamos lá para atender os chamados deles. Como vereador eleito pelo povo, sou pago para fiscalizar, essa é nossa função, e vou continuar fazendo isso com todas as demandas executáveis que chegarem a mim. Fico despreocupado, porque fiz apenas o meu trabalho.
- Pablo Pacheco (PP) - No momento em que estive lá, apenas verificamos alguns problemas, como as condições de pacientes e acompanhantes e a escala de funcionários, que não foi fornecida. Achamos melhor encaminhar ao MP, mesmo que já tivéssemos contatado o promotor por telefone ainda no domingo. Também mandei mensagem para o presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (CSMA), o vereador Admar Pozzobom (PSBD), para deixar claro que aquilo não era uma questão política, mas sim um ato de fiscalização da saúde. Eu repudio qualquer tipo de tentantiva de criminalização do trabalho parlamentar.
